









. As Profundezas
Geoff Johns
Ivan Reis . Joe Prado
Nessa história (Aquaman #01 ao #06), Geoff Johns segue com a versão de Os Novos 52 para o Rei dos Sete Mares. O autor brinca bastante com a "falta de popularidade" do herói perante a população, numa clara analogia com que acontece com (alguns) os fãs ainda nos dias de hoje. Digo "alguns" pois os fãs e leitores mais atentos (ou menos haters) sabem que o Aquaman mudou ainda nos anos 90 com Peter David e nos anos 2000 tivemos uma das melhores (na minha opinião) versões do Rei de Atlântida já vistas, nas cultuadas animações da Liga da Justiça (JL e JLU).
Aqui, Aquaman, ou Arthur, tem um temperamento mais sereno, aliás, em nenhum momento ele perde a paciência (tantos com os monstros do fosso quanto com a população). Ele também quer uma vida "normal" na superfície, já que é o local onde ele foi criado ao lado de seu pai. Aquaman é filho de Atlanna, Rainha de Atlântida com um humano normal, portanto ele é um híbrido, e com isso chegou a ser caçado, ainda jovem, pelos próprios Atlantes. Ao seu lado está sua amada e fiel companheira Mera.
Paralelo a isso, nas profundezas mais escuras e desconhecidas dos oceanos, criaturas de aparência assustadora surgem atrás de um novo "horizonte" e comida. Comida humana.
Vários humanos são mortos, e tantos outros levados ao fosso dentro de casulos para alimentar sua rainha. Aquaman e Mera desconhecem tais criaturas, que consomem até mesmo os mortos de sua própria espécie. Os dois então descem às profundezas para resgatar possíveis sobreviventes e selar o fosso.
Vemos detalhes muito interessantes sobre a origem de Aquaman e Mera, inclusive um amigo do pai de Arthur, o biólogo Stephen Shin que ensionou o futuro Aquaman a controlar seus poderes quando começaram a se manifestar ainda na infância. O biólogo tentou matar o pequeno Arthur por este se recusar a revelar a localização de Atlântida.
Depois vemos que as intenções de Mera ao lado de Arthur não são das mais nobres, mas ela se redime ao conhecer melhor o futuro Rei de Atlândida.
A arte do brazuca Ivan Reis é de alta qualidade (como sempre), cheia de detalhes incríveis, justificando sua adoração pelos leitores. Tem uma "coisa" de Neal Adams (bem sutil) nos seus traços, que me fazem admirá-lo ainda mais. Na reta final da história, o lápis do também brazuca Joe Prado desaponta, ficando ainda mais evidente a qualidade dos traços de Ivan.
Geoff Johns manda muito bem mais uma vez, nos contando uma história simples, mas sempre com boas surpresas durante a narrativa.
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Por Dr. Arkham
mai.2015




