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. Watchmen
Alan Moore . Dave Gibbons
Saída direto da mente do aclamado Alan Moore, Watchmen retrata um mundo que conhecemos bem: um mundo onde existem heróis. Aqui eles são chamados de Vigilantes. Mas não são heróis como Superman ou Mulher-Maravilha, onde seus super-poderes salvam o Terra da extinção. Em Watchmen não existe o termo "super" ... ainda.
Tudo começa no final da década de 30, o Homem de Aço existe apenas na ficção, nas páginas das Histórias em Quadrinhos. Ele e outros seres fantásticos inspiram algumas pessoas a lutar pela justiça fantasiados em colantes coloridos. Surgem na década de 40 os Minutemen (Homens-Minuto).
Com o tempo, muitos desses heróis envelhecem, enlouquecem e viram piadas, e assim cessam suas atividades. Tempos depois, há uma tentativa de se criar um novo grupo, os Combatentes do Crime, com o Comediante como remanescente dos Homens-Minuto. Interessante é que nesse novo grupo (que nunca foi oficializado) existe a idéia de "passar o manto", ter um sucessor. Uma característica única dos heróis da DC Comics. Vemos então um novo Coruja (inspirado no original) e a Espectral que segue os passos da mãe, mas não por vontade própria.
São os Combatentes do Crime que protagonizam Watchmen. Suas origens e motivações são muito bem detalhadas colocando eles num mundo bem real e cheio de conflitos internos e externos, já que a população passa a rejeitá-los e também a temê-los: "Who watches the Watchmen?" ("Quem vigia os Vigilantes?"), vemos pichado nos muros pela cidade.
Moore também desconstroi todo o conceito pré-estabelecido que conhecemos sobre fantasiados combatentes do crime, questionando (e até ridiculariazando) sua importância e necessidade para o mundo. Toda a postura, atitude e até a intimidade desses heróis são colocadas em xeque por Moore.
Toda obra está num contexto político muito interessante: Lei Keene (que proíbe atividades de mascarados), JFK, Richard Nixon e Guerra do Vietnã. Além de todo o medo que permeava o mundo nos anos 80 (quando a HQ foi publicada) de uma Guerra Nuclear envolvendo os Russos no Afeganistão.
Esse medo de uma Guerra Nuclear é muito bem representado pela figura do relógio (Relógio Atômico), onde seus ponteiros caminham para a meia-noite (às vezes os ponteiros retrocedem) a cada edição, hora simbólica da destruição nuclear. Uma contagem regressiva.
Tudo mudou com o surgimento do Dr. Manhattan no final dos anos 50, e em meio a Guerra Fria. O termo "Super" vira uma realidade, e o Dr. é visto como Deus. Um Deus americano. Suas capacidades mudam o mundo e acelaram a evolução da tecnologia.
Uma morte importante cria uma dúvida: estão eliminando os Vigilantes? Quem?
Rorschach inicia suas investigações em meio aos conflitos que dominam as mentes de cada personagem, numa trama excelente e com final surpreendente.
A arte de Dave Gibbons é muito interessante. Realista e detalista, ele dá um tom único as idéias de Moore. Sua contribuição vai além da arte quando ele introduz uma história dentro da história: Contos do Cargueiro Negro:
Alan Moore é um doido, um poço sem fundo de conhecimento histórico e filosófico e isso reflete diretamente em suas obras.
Eu não tenho conhecimento suficiente para analisar todas as referências que ele aborda (direta ou indiretamente). Sou apenas um fã do gênero (HQs e Super-Heróis), mas que consegue apreciar uma obra fora do comum.
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Por Dr. Arkham
jun.2015





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